Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Jared Bush e Byron Howard e a produtora Yvett Merino detalham os desafios de expandir a metrópole animal e explicam a mudança de foco na trama
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Nove anos após Zootopia (2016) conquistar o público, arrecadar mais de um bilhão de dólares e levar o Oscar de Melhor Animação, a Disney fez o retorno triunfal à metrópole onde qualquer um pode ser o que quiser. Mas por que uma sequência tão aguardada demorou quase uma década para sair do papel?
Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, os diretores Jared Bush e Byron Howard, acompanhados da produtora Yvett Merino, revelaram que o hiato não foi causado por falta de criatividade, mas sim pelo oposto: o universo do filme se tornou vasto demais e a tecnologia precisava alcançar a ambição dos criadores.
Uma “caixa de areia” infinita
Para Byron Howard, o mundo de Zootopia funciona como um “sandbox” (caixa de areia) criativo inesgotável. O desafio não era encontrar uma história, mas sim selecionar a melhor entre tantas possibilidades que surgiram ao longo dos anos.
“Sempre amamos esse mundo e ter Nick e Judy no centro dele. Quando começamos a falar sobre Zootopia há 14 anos, o conceito já era enorme”, explica Howard. “O teste real de que a ideia funcionava era que, sempre que a apresentávamos para alguém, essa pessoa devolvia outra ideia ótima para brincar nesse universo. Isso continuou acontecendo e é por isso que este novo filme é tão gigantesco.”
De “preconceito” para “diferenças”
Enquanto o primeiro filme foi amplamente elogiado por abordar o tema do preconceito através da metáfora predadores versus presas, Zootopia 2 busca uma nuance diferente. O foco agora está na convivência entre personalidades e visões de mundo opostas.
“Este é um filme sobre diferenças”, define Bush. “Nick e Judy são muito diferentes — um é coelho, o outro é raposa — mas, mais importante que isso, eles têm maneiras muito distintas de ver o mundo.”
A mensagem central da sequência é que a diversidade de pensamentos não deve ser temida. “Não é algo com o que devamos nos preocupar. Uma vez que nos entendemos, essas diferenças são maravilhosas e somos melhores como grupo por causa delas”, afirma o diretor.
A produtora Yvett Merino reforça que essa dinâmica será testada ao limite na nova trama: “Nós somos expostos a essas diferenças através do relacionamento de Judy e Nick. Vemos eles chegarem a um ponto onde isso quase os separam, mas eles voltam a se unir, compreendendo reciprocamente e se tornando ainda mais fortes.”
O desafio tecnológico: bem-vindos ao “Marsh Market”
Uma década de avanços na animação permitiu que a equipe da Disney levasse o visual a outro nível, criando ambientes que seriam impossíveis de realizar em 2016. O grande exemplo desse salto é a Marsh Market (Mercado do Pântano).
Trata-se de um novo distrito da cidade caracterizado por zonas alagadas e úmidas. Animar personagens peludos interagindo com água, lama e um ambiente pantanoso exige um poder de processamento gráfico imenso, algo que a produtora Yvett Merino destaca como o maior desafio da produção.
“A tecnologia avançou muito nos últimos 10 anos. Estamos sempre nos esforçando para melhorar”, diz Merino. “Tivemos que preencher esse mundo com muitos personagens no fundo. Agora construímos a Marsh Market, onde temos animais que se movem de maneira diferente [adaptados ao ambiente aquático]. A cidade realmente parece viva.”
Merino credita o feito à colaboração estreita entre os artistas e os engenheiros de tecnologia do estúdio, garantindo que Zootopia 2 traga uma imersão visual inédita para a franquia.
Qual é a história de Zootopia 2?
Zootopia 2 acompanha a nova fase dos detetives Judy Hopps e Nick Wilde, que agora trabalham oficialmente como parceiros na força policial. A trama coloca a dupla no rastro de um misterioso réptil que chega à cidade e vira a metrópole de cabeça para baixo. Juntos, eles precisam se infiltrar em novos biomas e desvendar uma conspiração complexa, testando a lealdade e a amizade que construíram no primeiro filme. A sequência promete expandir o universo apresentado anteriormente, introduzindo novas espécies e desafios inéditos para a coelha e a raposa.
Quem está no elenco?
Para a alegria dos fãs, as vozes originais retornam aos papéis principais: Ginnifer Goodwin volta como a otimista Judy Hopps e Jason Bateman reprisa seu papel como a astuta raposa Nick Wilde. A grande novidade anunciada é a entrada do vencedor do Oscar Ke Huy Quan (Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo), que dará voz a Gary, uma cobra sinistra e perseguida pelos protagonistas. Além deles, a estrela Shakira confirmou seu retorno como a popstar Gazelle, prometendo novos hits musicais para a animação. Assista ao trailer da novidade:
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