Produção intensa, curadoria rigorosa e um "arquivo gigante" que deu forma ao sexto disco do astro do rap
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O último álbum de Kendrick Lamar, GNX (2024), poderia ter sido muito mais longo. De acordo com os produtores Sounwave, DJ Mustard e Jack Antonoff, em entrevista à revista Variety, o rapper gravou entre 80 e cem músicas no estúdio para este projeto.
Segundo os produtores, a criação de GNX começou logo após o lançamento de Mr. Morale & the Big Steppers (2022). Sounwave descreveu o início do processo como “caótico”. Nesse período, ideias, batidas e conceitos eram acumulados sem filtro, numa busca por um groove autêntico da Costa Oeste, alinhado às raízes de Kendrick em Compton.
Com o tempo, a curadoria foi sendo refinada: apenas 12 faixas sobreviveram à peneira de dezenas de gravações. Entre os critérios para seleção estavam coerência sonora, impacto cultural e a vibração certa, como no caso de “TV Off”, cujas batidas vieram do produtor Mustard, ou “Hey Now”, que leva assinatura conjunta de Sounwave, Antonoff e Mustard.
O resultado desse intenso processo de criação é um álbum coeso, ao mesmo tempo ambicioso e polido, um retrato da versatilidade e exigência de Kendrick como artista.
Apesar da seleção rigorosa, a existência desse “arquivo gigante” de músicas gravadas gera especulações entre fãs e produtores: há quem imagine um futuro deluxe, com descartes criativos que não couberam na versão final, como a faixa “Bodies”, que apareceu nos materiais de divulgação e até foi cantada no show do Super Bowl, ou até mesmo um “GNX volume 2″. Até o momento, porém, nada foi confirmado oficialmente.
Kendrick Lamar já lançou um projeto com músicas descartadas
Antes de GNX, Kendrick já visitou o arquivo de “sobras criativas”. O álbum untitled unmastered. (2016) compilou faixas gravadas durante as sessões de seu aclamado disco To Pimp a Butterfly (2015) que não haviam sido aproveitadas: demos, rascunhos e ideias brutas que ficaram guardadas.
O disco surpresa trouxe oito faixas sem título, identificadas apenas por datas, registrando diferentes momentos de criação entre 2013 e 2016. Para muitos, untitled unmastered. funciona como uma janela para o processo artístico de Kendrick: ruído, experimentação, imperfeições, mas também a sinceridade e ambição de quem busca mais do que sucessos.
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