"Eu queria que os fãs vissem o que eu vejo quando estamos no palco — música e arte como uma coisa só", diz Wood. "Minha esperança é que os fãs dos Stones possam sentir a música quando olham para essas pinturas".
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Os Rolling Stones tiraram o ano passado de folga das turnês para passar um tempo trabalhando com o produtor Andrew Watt em uma continuação de Hackney Diamonds (2023) e para supervisionar o relançamento extenso de seu LP de 1976, Black and Blue. A pausa coincidiu com o 50º aniversário de Ronnie Wood como um Stone oficial. Para comemorar a ocasião, Wood criou retratos mostrando os membros da banda, incluindo o falecido Charlie Watts, que ele denominou série Paint It Black. Impressões em edição limitada estão disponíveis no site de Wood e podem ser vistas pessoalmente na Redhouse Originals Gallery em Harrogate, Inglaterra.
Wood cria arte visual desde a primeira infância, antes mesmo de pegar uma guitarra. “Para mim, meu amor pela música e arte andam de mãos dadas e se estimulam mutuamente”, Wood diz à Rolling Stone. “Quando estou no palco tocando guitarra e fecho os olhos, imagino novas pinturas. Quando estou pintando, pinto ao som de música”.
Ele criou paisagens visuais exuberantes ao longo dos anos, além de retratos de ícones como Fats Domino, Ray Charles, Frank Sinatra, Elvis Presley e John Lydon. Mas muito do seu trabalho tem se concentrado em seus companheiros de banda nos Stones. Ele cria visualizações coloridas de todos os seus setlists e desenhou Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e a si mesmo de inúmeras maneiras.
As novas obras da série Paint It Black foram criadas de memória. “Eu queria capturar a energia de Mick, Keith, eu, nosso falecido amigo Charlie e os milhares de shows ao vivo que tivemos a sorte de tocar juntos”, ele diz. “Eu queria que os fãs vissem o que eu vejo quando estamos no palco — música e arte como uma coisa só… Minha esperança é que os fãs dos Stones possam sentir a música quando olham para essas pinturas”.
Criar a pintura de Watts foi emocionalmente avassalador, ele acrescenta. “Fiquei arrasado quando perdemos Charlie“, diz Wood. “Ele era o coração dos Stones. Ele significava tanto para todos nós, e eu não poderia ter prestado homenagem à jornada da banda juntos nesses retratos sem pintá-lo. A última vez que vi Charlie, assistimos corrida de cavalos na TV, e era exatamente como sempre tinha sido. Ele estava no mesmo quarto de hospital de Londres em que eu estive um ano antes. Nós chamamos de suíte dos Stones. Uma coisa que nunca vou esquecer é Charlie nos dizendo para continuar em turnê porque ele não queria ver nossa equipe sem trabalho. Ele até nos informou que queria que Steve Jordan levasse a bandeira por ele. Charlie era o melhor de todos, e foi uma alegria total tocar com ele”.
A história deles remonta a 1975, quando Wood venceu forte concorrência para se tornar o novo guitarrista dos Stones depois de passar um tempo em bandas incluindo Faces e o Jeff Beck Group. “É difícil acreditar que sou um Rolling Stone há 50 anos”, ele diz. “Que alegria. Eu já estava empolgado com as bandas em que toquei antes de 75. Mas entrar para os Stones — aquilo pareceu como voltar para casa. Ainda me divirto sendo um Stone, e isso me mantém longe de confusões — às vezes”.
Eles ainda não delinearam nenhum plano oficial para 2026, mas escreveram quase 30 músicas para Hackney Diamonds e incluíram apenas 12 no álbum. Eles passaram um tempo com Watt este ano trabalhando em um novo projeto. “Eu já disse isso antes, mas é como trabalhar para o Batman“, Watt disse à Rolling Stone em setembro. “Quando a língua está no ar, você simplesmente vai… Posso dizer que fizemos algumas gravações juntos, mas é tudo que posso dizer”.
Rumores estão circulando sobre uma turnê de estádios europeus no verão de 2026. Se isso acontecer, Wood certamente estará junto para a viagem. Será seu 51º ano como um Stone, então todos deveriam parar de se referir a ele como o “novato”? “Você teria que perguntar ao Mick e ao Keith“, ele diz. “Faz parte da minha vida há tanto tempo agora, é difícil imaginar fazer qualquer outra coisa. Então, sim, eu me sinto como um Stone“.
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